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Papo Empreendedor

*Por Junia Nogueira de Sá   Olá! Hoje eu quero incluir na nossa conversa sobre como administrar melhor o tempo um tema fundamental: essa nossa ideia de que nascemos com superpoderes e damos conta de tudo, porque ela também tem a ver com (a falta de) tempo.   É bem isso. Com uma boa ajuda […]

Publicado em 18 de julho de 2019

*Por Junia Nogueira de Sá

 

Olá! Hoje eu quero incluir na nossa conversa sobre como administrar melhor o tempo um tema fundamental: essa nossa ideia de que nascemos com superpoderes e damos conta de tudo, porque ela também tem a ver com (a falta de) tempo.

 

É bem isso. Com uma boa ajuda da mídia – em especial da publicidade – nós, mulheres, somos criadas para acreditar que a “mulher de verdade” é aquela multitarefa, que está sempre ocupada, produtiva e correndo. Que trabalha fora e tem uma carreira de sucesso, dá conta da casa e dos filhos, ajuda os colegas no escritório, cozinha-lava-passa e ainda por cima tem tempo de ir para a academia e sair com as amigas. É linda e magra. E faz cinco coisas ao mesmo tempo, com um sorriso no rosto.

 

 Uma mulher que não existe…

 

Na vida real, quanto tentamos ser essa espécie de Mulher Maravilha acabamos estressadas, cansadas, doentes e… frustradas. Sem tempo para nada, porque estamos nos dedicando à tarefa inglória e impossível de carregar o mundo nas costas. E, frequentemente, estamos deixando os nossos sonhos e os nossos desejos de lado.

 

Tempo para fazer um curso de especialização ou de idioma? Não tenho. Tempo para ler e me atualizar no meu negócio? Não tenho. Tempo para cuidar do corpo e da saúde? Não tenho. Tempo para curtir a família (curtir, não só cuidar…)? Não tenho. Tempo para ter uma vida social, por mais simples que seja? Não tenho também…

 

Na verdade, mal sobra tempo para respirar, certo?

 

Acontece que o nosso dia, assim como o de qualquer outro ser humano, tem só 24 horas – das quais precisamos usar oito, pelo menos, para dormir e descansar. No restante do tempo, não adianta querer ter o superpoder de encaixar mais do que cabe nele. Sua cabeça e seu corpo uma hora vão pifar…

 

Como fazer, então, para escapar da armadilha da mulher multitarefa?

 

A primeira coisa é parar de valorizar o estereótipo da Mulher Maravilha. Ou seja, parar de se orgulhar de fazer tudo, e tudo ao mesmo tempo. Esse é o caminho mais curto para um burn out, o nome bonito para uma coisa feia: uma espécie de apagão causado pelo estresse que muitas vezes vem também com depressão e outras doenças graves.

 

Já conversamos aqui, nas semanas anteriores, sobre como manter uma rotina com prioridades e organização, e como aprender a dividir tarefas com outras pessoas, pode ajudar a fazer o seu tempo render. Mas se você não aposentar a Mulher Maravilha que mora aí dentro de você, nada disso vai funcionar.

 

Eu levei um bom tempo para aprender essa lição, e aprender também que a minha enxaqueca recorrente tinha mais a ver com essa sobrecarga (que eu mesma me impunha) do que com algo físico mesmo. Se centenas de pesquisas científicas mostram que as mulheres têm a capacidade de prestar atenção a várias coisas ao mesmo tempo, diferente dos homens – que seriam mais focados -, não significa (ao menos para mim, depois de aprender a lição como eu disse…) que isso precisa ser um castigo.

 

Pelo contrário, esse dom da natureza feminina tem que ser usado de forma positiva. Que tal você me contar como faz isso? Como usa (ou, a partir de agora, pretende usar) esse seu dom para ser mais feliz – e não mais ocupada e estressada?

 

Eu quero compartilhar aqui neste espaço essa sua experiência, para aprendermos juntas. Escreva pra mim: junia@rme.net.br. E até a semana que vem!

 

*Jornalista, consultora de comunicação estratégica e membro do conselho de Rede Mulher Empreendedora, passou por redações de grandes veículos de imprensa, dirigiu a área institucional da VW, Telefônica, Grupo Abril e a Comunicação do Governo de SP. É especialista em reputação e imagem, gestão de marcas e liderança feminina.