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RME pelo Brasil: como grandes nomes servem de inspiração

Encerrando a série especial do mês do empreendedorismo feminino, Dani Chaves fala como quando uma mulher empreende, ela gera emprego, renda e transforma tudo ao seu redor

Publicado em 18 de novembro de 2022

Segundo o relatório da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) de 2020, mulheres correspondem a 46% dos empreendedores iniciais, ou seja, aqueles com até três anos e meio de empresa. Associado a esses dados, o Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME), uma organização brasileira sem fins lucrativos, representa, no panorama nacional, um eficiente sistema de apoio às mulheres para que essas possam conquistar a independência financeira em suas vidas e em seus negócios. 

Particularmente, conheci a Rede e sua criadora, a genial Ana Fontes, por meio da revista Forbes. Me recordo da identificação sentida dada às histórias verídicas de mulheres reais, superando entraves cotidianos de posicionamento no mercado de trabalho. Minha história se fundia com cada uma relatada ali: uma mãe de filhos pequenos em busca de uma renda, enquanto conciliava casa e cuidado familiar. No meu caso, aprendia na prática, com nenhum incentivo ou rede de apoio, em 2007, a vender produtos de beleza de uma marca americana de cosméticos. Não era um passatempo, nem uma renda extra, mas uma oportunidade, algo que mudaria para sempre o rumo da minha história: o empreendedorismo feminino. 

Como mentora especialista em empreendedorismo feminino há mais de 15 anos, participo de um plantão de mentorias da Rede Mulher Empreendedora (RME), nos quais qualquer mulher empreendedora ou que deseja se tornar uma, de qualquer lugar do mundo, pode ter acesso de forma gratuita às mentoras qualificadas. Estas realizarão um processo de capacitação para que habilidades sejam ampliadas, pontos de melhoria compreendidos e primeiros passos dados para que negócios sejam alavancados.

Mas o que vem a ser uma mentora?

Uma mentora é uma profissional que trilhou um caminho, criou métodos e obteve resultados. Seu papel é auxiliar na execução de algo de sua especialidade, encurtando distâncias e exercer algo extremamente valioso, adquirir tempo. É fato que se o ato de se dispor a ser mentorado, pressupõe-se comprar certo tempo, uma vez que você estará trilhando um caminho no qual os obstáculos já são conhecidos, foram mapeados e podem ser evitados, contornados ou resolvidos, de tal forma que seus resultados sejam alcançados em um tempo menor. 

Em minha trajetória, de maneira especial, tive um mentora e desejo citar algo aprendido que acredito ser vital para a longevidade e sucesso de negócios dirigidos, principalmente, por mulheres: Toda pessoa é especial! Eu realmente acredito nisso. Todos querem se sentir bem na própria pele mas, para mim, é igualmente importante fazer as outras pessoas se sentirem especiais. Sempre que conheço alguém, tento imaginar essa pessoa usando uma placa invisível que diz: Faça-me sentir importante!

Eu imediatamente obedeço e funciona como mágica!” (The Mary Kay Way, Pág.51, Editora Cla). Mary Kay Ash, autora da frase antedita, foi uma grande empreendedora americana, viúva e mãe de dois filhos que começou sua carreira na empresa Stanley (empresa fundada em 1843 e que hoje, em 2022, é amplamente conhecida por seus copos térmicos de aço inoxidável). Ash realizava apresentações de casa em casa, vendendo seus produtos – enquanto cuidava de seus filhos. A partir dessa experiência em vendas, criou a multinacional Mary Kay – líder no setor de cosméticos e presente em mais de 40 países. 

Em nossos encontros (nas mentorias), o meu objetivo central sempre foi ouvir, acolher, construir e como, outrora, Mary Kay Ash, ouvir as histórias que nos conectam e nos fazem pertencentes. Acolher, trazendo pontos de reflexão frente aos desafios apresentados e construir, juntas, pequenos passos a serem postos em ação

Nos plantões, tivemos uma heterogeneidade de casos enriquecedores, desde a estudante de 18 anos em seu primeiro período de química, que se apaixonou pela gastronomia e decidiu criar sua empresa de brownies para vender no trajeto de casa até a faculdade, até à mulher de 60 anos que estava abrindo seu primeiro negócio, um sex shop direcionado às mulheres inclusas na terceira idade. Em geral, as dúvidas vêm com uma mesma constância e acompanhada de perguntas interessantes, sendo essas: “Como vender?”; “Como captar mais clientes?”; “Como trabalhar em redes sociais?”. E, para esses questionamentos recorrentes, a mentoria é excelente! 

Partimos de um mesmo princípio norteador: “O que você vende, resolve o problema de quem?” Com essa pergunta, criamos um plano de ação e seguimos com os primeiros passos subsequentes. É válido complementar que para além da mentoria, também sou analista de perfis comportamentais, o que possibilita criar estratégias de venda e prospecção de forma mais específica a fim de que a mentorada possa falar a linguagem comportamental de cada cliente e assim, obter mais resultados em suas ações.

Dito isso, em suma, espero que os projetos da RME amplifiquem de forma exponencial  para que, assim, cada mulher empreendedora desta conjuntura social brasiliana (principalmente aquelas que estão em seu estopim), possam encontrar acolhimento, capacitação e investimento. Afinal, à prova das milhares de histórias de sucesso da Rede Mulher Empreendedora, quando uma mulheres prospera, ela floresce tudo ao seu redor.

ARTIGO ESCRITO POR

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Coach especialista em Empreendedorismo Feminino e graduando em Psicologia

Dani Chaves