Artigos

Projeto, sem avaliação, é barco à deriva

Já dizia o poeta que “navegar é preciso”, entretanto, em tempos de recursos escassos frente a problemas tão complexos, avaliar o rumo é fundamental. Desenvolver um projeto social sem aferir seus resultados é navegar sem saber se o barco chegará ao seu destino.      Já está consolidada no Brasil a relevância da avaliação de […]

Publicado em 2 de setembro de 2020

Já dizia o poeta que “navegar é preciso”, entretanto, em tempos de recursos escassos frente a problemas tão complexos, avaliar o rumo é fundamental. Desenvolver um projeto social sem aferir seus resultados é navegar sem saber se o barco chegará ao seu destino. 

 

 

Já está consolidada no Brasil a relevância da avaliação de resultados, porém persiste uma resistência em incorporar o monitoramento e avaliação como parte intrínseca de projetos sociais, alocando o devido tempo e recursos para a sua realização. Como conseqüência, é recorrente que os projetos sociais no Brasil narrem primorosamente seus objetivos sem, entretanto, tornar tangível quais efeitos o projeto gerou e em que medida esses efeitos foram sentidos pelos envolvidos através da escuta ativa desses que são, na essência, o core da iniciativa social.

 

 

Quem no Brasil impulsiona a cultura de avaliação de resultados e impacto são, em especial, as organizações do terceiro setor, idealizadoras e executoras de iniciativas sociais, e foi com este intuito que o IRME e a Tewá 225 firmaram uma parceria para desenvolverem uma narrativa aferida sobre os resultados e efeitos do Programa Ela Pode. O programa é uma iniciativa do IRME e do Google com a audaciosa meta de capacitar 135 mil mulheres e colocá-las em uma trilha de desenvolvimento profissional com foco especial para as residentes das regiões Norte e Nordeste. 

 

 

Dia de oficina no escritório da Rede Mulher Empreendedora, em SP

O know-how da Tewá 225 em estruturação de projetos sociais e desenho de indicadores de monitoramento, resultados e impacto foi acionado para a definição de um Plano de Avaliação, um instrumental eficiente porém relativamente pouco utilizado pelas organizações, para verificar se as mulheres participantes do Programa Ela Pode estão tendo ganhos a partir da participação no programa e qual a medida desses ganhos. 

 

 

No processo de desenvolvimento do Plano de Avaliação, a Tewá 225 percorreu sua metodologia dos 4 C´s (https://www.tewa225.com/nossotrabalho) com uma primeira oficina para a construção do marco lógico do programa junto à profissionais de diversas áreas do IRME. Na etapa de consolidar, foi desenhada a teoria da mudança do programa com a equipe diretamente envolvida, além de construídos os indicadores para todas as etapas do programa bem como os ferramentais de pesquisa junto às mulheres participantes. 

 

 

A partir desse processo de reflexão conjunta, foi incorporada uma nova dimensão que é o efeito do programa para as multiplicadoras que ministram as oficinas, o que inaugurou uma nova linha avaliativa focada neste grupo. O programa segue em andamento, mesmo em tempos de pandemia. Mais do que nunca o empreendedorismo feminino e a reinvenção dos negócios pede urgência e a Tewá 225 agradece a oportunidade em colaborar com essa iniciativa que já atingiu mais de 90 mil mulheres. Seguimos todas juntas!