Precisamos incentivar a entrada de mulheres no mercado tech
Mulheres ainda são minoria no mercado de tecnologia, apesar da grande quantidade de vagar no setor O Brasil deve gerar, até 2025, 420 mil vagas no setor de TI. Entretanto, a porcentagem de mulheres nessa área, principalmente em cargos de liderança, é baixíssimo! Não é de hoje que sabe-se da importância de levantar essa bandeira, […]
Publicado em 5 de agosto de 2024
Mulheres ainda são minoria no mercado de tecnologia, apesar da grande quantidade de vagar no setor
O Brasil deve gerar, até 2025, 420 mil vagas no setor de TI. Entretanto, a porcentagem de mulheres nessa área, principalmente em cargos de liderança, é baixíssimo! Não é de hoje que sabe-se da importância de levantar essa bandeira, até porque a presença feminina nesse setor significa desenvolvimento social e econômico.
Pesquisas apontam que mulheres em posições de liderança dentro do mercado estão diretamente relacionadas a uma tendência positiva das companhias. Abrir caminho para mais profissionais femininas nessa área não só amplia a criação de produtos e serviços tecnológicos de qualidade, como também estimula o combate a discriminação e promove a igualdade de gênero. Inclusive, esse foi um ponto abordado no W20 em Curitiba, pela Camila Achutti, que debateu sobre Mulheres em STEM – sigla que abriga os nichos de ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática.
O fato desse tema ser debatido no braço do G20 comandado por mulheres mostra como esse assunto precisa de apoio. Apesar do cenário já mostrar um avanço nesse sentido, as mulheres ainda enfrentam desafios para ingressar no mercado de tecnologia. De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), entre os anos de 2015 a 2022 houve um aumento de 60% de mulheres no mercado de tecnologia. Os números são bons, entretanto, eles ainda não são o suficiente, já que o setor ainda é predominantemente masculino, com elas ocupando apenas 12,3% dos cargos dentro desse nicho.
O que precisa mudar
Na teoria, as mudanças a serem feitas no setor para abrir espaço para as profissionais é bem simples. O primeiro passo é comportamental. Deixar de diminuir a qualidade profissional dessas mulheres só por conta de seu gênero, já que elas se mostraram mais do que capazes de cumprir responsabilidades. Além do mais, a grande maioria das mulheres buscam mais formação e capacitações do que a maioria dos homens, esse empenho é mais um motivo para contratá-las.
Depois de abrir essas oportunidades, garantir que as mulheres contratadas ganhem o mesmo que seus colegas homens é o segundo passo. Não adianta nada oferecer um cargo de liderança a uma profissional feminina se seu salário ainda é menor comparado aos colegas do sexo masculino.
A dificuldade de garantir esses dois pontos básicos mostra que as profissionais precisam de respaldo social e político para que esse cenário mude. A boa notícia é que elas já podem contar com a lei 14.611/2023, aprovada em 2023. A medida visa garantir a equidade salarial entre mulheres e homens que exerçam a mesma função. Além de exigir relatórios transparentes das empresas, demonstrando a igualdade entre salários, a lei também vai aplicar multas para aquelas empresas que não cumprirem com as exigências das medidas.
Com essas novas normas em jogo, a construção de um mercado de trabalho plural e mais igualitário deixa de ser uma sonho e caminha para a realidade num futuro bem próximo. Isso, juntamente com o documento que será entregue pelas delegadas do W20 para os membros do G20, visam tornar o futuro dessas profissionais muito melhor, afetando também a economia do país como um todo.
No final das contas, apoiar as mulheres é garantir que todos saiam ganhando.
Leia também: Mulheres e homens no mercado de trabalho: diferença salarial por gênero