Menstruação com Dignidade: Como Combater a Pobreza Menstrual no Brasil
Menstruar é natural. Mas no Brasil, ainda está longe de ser digno para todas. Milhões de meninas, mulheres e pessoas que menstruam enfrentam mensalmente a dificuldade — ou a impossibilidade — de cuidar do próprio corpo de forma segura, higiênica e sem constrangimentos. O nome disso é pobreza menstrual, e ela é mais do que […]
Publicado em 29 de maio de 2025

Menstruar é natural. Mas no Brasil, ainda está longe de ser digno para todas. Milhões de meninas, mulheres e pessoas que menstruam enfrentam mensalmente a dificuldade — ou a impossibilidade — de cuidar do próprio corpo de forma segura, higiênica e sem constrangimentos.
O nome disso é pobreza menstrual, e ela é mais do que uma questão de saúde: é uma violação dos direitos humanos, um reflexo cruel da desigualdade social, de gênero e racial no nosso país.
O que é pobreza menstrual?
Pobreza menstrual é a falta de acesso a produtos menstruais, educação adequada sobre o ciclo e infraestrutura básica de higiene. Ou seja, vai muito além da ausência de absorventes.
Ela envolve a ausência de:
- Banheiros adequados e com privacidade
- Acesso a água limpa e sabonete
- Educação sobre o corpo e o ciclo menstrual
- Apoio emocional e acolhimento
- Políticas públicas efetivas
Sem essas condições mínimas, muitas adolescentes faltam às aulas, improvisam com papel ou panos, escondem a menstruação por vergonha e acabam sendo excluídas de atividades sociais e educacionais — mês após mês.
Os números no Brasil
De acordo com dados do UNICEF e do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), 1 em 4 meninas e mais de 4 milhões de meninas brasileiras não têm acesso adequado a produtos de higiene menstrual nas escolas. A falta de estrutura e informação afeta diretamente o desempenho escolar, a autoestima e a saúde desses jovens.
Além disso, a pobreza menstrual não atinge apenas quem está em situação de rua ou em áreas rurais isoladas. Ela está presente nas periferias urbanas, em comunidades indígenas, em abrigos e até dentro de casa, quando falta dinheiro para itens básicos.
O impacto da pobreza menstrual na sociedade
A pobreza menstrual não afeta apenas a saúde e a dignidade de quem menstrua — ela tem efeitos em cadeia que impactam toda a sociedade.
Quando meninas faltam às aulas por não terem acesso a produtos menstruais ou banheiros adequados, elas perdem conteúdo, acumulam defasagem escolar e muitas vezes abandonam os estudos. Isso compromete seu futuro profissional, sua autonomia financeira e perpetua o ciclo da pobreza.
Quando mulheres adultas não conseguem gerenciar sua menstruação com dignidade no trabalho, isso pode gerar absenteísmo, constrangimento, menor produtividade e até a perda de oportunidades.
Além disso, o silêncio e o tabu em torno do tema alimentam a desinformação, o preconceito e a vergonha. Isso dificulta o diálogo em casa, nas escolas, nas empresas e nas políticas públicas — criando um ambiente em que a menstruação continua sendo invisível, mesmo sendo uma experiência mensal de metade da população.
Investir em dignidade menstrual é investir em educação, saúde, equidade de gênero e justiça social. É reconhecer que ciclos menstruais fazem parte da vida — e que ninguém deveria ser penalizado por isso.
O que está sendo feito?
Nos últimos anos, o debate sobre pobreza menstrual tem ganhado mais visibilidade. Em 2021, foi sancionada no Brasil a Lei nº 14.214, que institui o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, com o objetivo de distribuir absorventes gratuitamente para pessoas em situação de vulnerabilidade.
Iniciativas como o pobrezamenstrual.com e campanhas lideradas por marcas, ativistas e organizações têm ajudado a ampliar a conscientização e pressionar por ações mais efetivas.
Mas ainda há muito a ser feito — especialmente na implementação prática dessas políticas, no combate ao estigma e na garantia de que a dignidade menstrual chegue a todas as pessoas, em todos os territórios.
Como produtos sustentáveis podem ajudar a acabar com a pobreza menstrual?
Uma das formas mais eficazes de combater a pobreza menstrual de forma estruturante é por meio do acesso a produtos reutilizáveis, como coletores menstruais e calcinhas absorventes.
Esses produtos duram anos com o cuidado adequado, o que significa que uma única doação ou política de distribuição pode retirar uma menina ou mulher da pobreza menstrual por um longo período, sem a necessidade de gastos mensais contínuos.
Além disso, são soluções sustentáveis, que reduzem significativamente o lixo gerado por produtos descartáveis — beneficiando também o meio ambiente. Só no Brasil, 15 bilhões de absorventes são descartados anualmente. Incluir calcinhas absorventes e coletores nas políticas públicas e programas de doação é uma maneira inteligente, econômica e duradoura de promover dignidade menstrual.
#doei1pantys: um passo simples, um impacto real
Em 2025, a pantys lançou a calcinha #doei1pantys com um propósito claro: a cada calcinha comprada deste modelo, um produto absorvente pantys é doado para quem mais precisa.
e tem mais: você também pode doar em alguns cliques. basta postar no seu instagram ou tiktok sobre a pantys usando a hashtag #doei1pantys. cada postagem válida = uma calcinha absorvente doada. simples assim.
porque combater a pobreza menstrual é uma missão coletiva. é sobre usar o que a gente tem — seja uma rede de apoio, uma voz nas redes ou uma escolha consciente — para garantir que nenhuma menina ou mulher seja deixada para trás.
- Falar sobre o tema, sem vergonha e com empatia
- Apoiar projetos sociais e campanhas de arrecadação e distribuição de produtos menstruais, inclusive reutilizáveis
- Cobrar políticas públicas eficazes e fiscalização da sua aplicação
- Educar meninas, meninos e pessoas menstruantes sobre o ciclo menstrual de forma natural e respeitosa
Menstruação não é luxo. É dignidade.
E garantir dignidade menstrual é uma responsabilidade de todos nós — como sociedade, como marcas, como cidadãos. Chegou a hora de transformar o ciclo do silêncio em um ciclo de cuidado, equidade e justiça.
Parceria com a Rede Mulher Empreendedora: fortalecendo o impacto social
A campanha #doei1pantys conta com uma importante parceria com a Rede Mulher Empreendedora (RME), a maior plataforma de apoio ao empreendedorismo feminino no Brasil.
Desde 2010, a Rede Mulher Empreendedora atua promovendo iniciativas que fortalecem a autonomia financeira e social das mulheres em todo o país. Por meio do seu Instituto, a organização desenvolve programas que abrangem mentorias, capacitações, ações de empregabilidade e geração de renda, além de campanhas específicas para combater a pobreza menstrual.
Ao unir forças, Pantys e Rede Mulher Empreendedora reforçam o compromisso com os direitos humanos, a equidade de gênero e a transformação social, transformando uma simples ação de consumo em um movimento coletivo pela dignidade menstrual.