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Mães no empreendedorismo: jornadas triplas e seus desafios

O empreendedorismo feminino entre as mães vem crescendo a cada ano. Atualmente, quase metade dos pequenos negócios no Brasil são liderados por mulheres. Em números, essa é uma ótima notícia. Tal cenário pode ser interpretado como um sinal de que as mulheres estão conseguindo, mesmo a passos lentos, conquistar seu próprio espaço dentro do mercado. […]

Publicado em 12 de maio de 2024

O empreendedorismo feminino entre as mães vem crescendo a cada ano. Atualmente, quase metade dos pequenos negócios no Brasil são liderados por mulheres. Em números, essa é uma ótima notícia. Tal cenário pode ser interpretado como um sinal de que as mulheres estão conseguindo, mesmo a passos lentos, conquistar seu próprio espaço dentro do mercado. Por outro lado, o motivo para ter tantas mães empreendedoras não é tão glamouroso como muitos podem imaginar. 

Um dos principais motivos para essas profissionais ‘abandonarem’ o mercado de trabalho é porque elas não têm espaço nesses ambientes. De acordo com um estudo feito pelo portal Empregos.com.br, 56,4% das entrevistadas já foram ou conhecem uma mulher que foi desligada depois de voltar da licença-maternidade. Já aquelas que continuam no mercado no formato CLT têm dificuldade em conciliar o trabalho com as tarefas domésticas e o cuidado com os filhos. É comprovado que comparados aos homens, as mulheres têm 2,5 horas a mais de trabalho diariamente voltado ao trabalho do cuidado.

Com tantos desafios no caminho, muitas vêem o empreendedorismo como uma alternativa de conciliar a vida pessoal com a profissional. É o que diz a pesquisa do Instituto Rede Mulher Empreendedora, que aponta que 63% das empreendedoras começaram a empreender depois da maternidade. Entretanto, mesmo com essa mudança de cenário, 60% das mães, ainda se sentem sobrecarregadas com os serviços domésticos e o cuidado com os filhos. 

Esse sentimento advém da falta de divisão de tarefas com seus respectivos companheiros, que ainda creem que a mulher deve ser a maior responsável pelos cuidados da casa e dos filhos. Muitas apontam que o parceiro é o seu maior incentivador, mas a maioria acredita que a divisão de tarefas poderia ser melhor. 

Ou seja, mesmo com mais tempo para estar presente na vida dos filhos, elas ainda sofrem com a jornada tripla. E os percalços não param por aí, muitas ainda precisam lidar com a falta de oportunidades, como o não acesso a linhas de crédito para alavancar seu negócio, espaço para divulgar e /distribuir seus produtos e até falta de acesso à educação para aprimoramento profissional. 

Sem dúvida os desafios ainda são muitos e a luta por acesso a direitos básicos fazem parte da realidade dessas mulheres. A ideia aqui não é desmotivar as mães que querem empreender, mas também não se pode romantizar esse cenário que, não é nada acolhedor com mães. Entretanto, mesmo com tantas dificuldades, essas mulheres estão conseguindo conquistar seu espaço no empreendedorismo e estão mostrando que ter um filho não é impedimento para que elas continuem sendo as excelentes profissionais que sempre foram. 

Que o futuro seja mais gentil com essas mães que estão gerando as próximas gerações. 

ARTIGO ESCRITO POR

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Formada em Comunicação Social - Jornalismo, atua como redatora há 8 anos, tendo trabalhado em diversos sites, como Streamings Brasil e Mega Curiosa. Apaixonada por shows, já cobriu vários espetáculos nacionais e internacionais. Atualmente Jéssica é Assistente de Comunicação na RME.

Jessica Naur Jornalista