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Mãe fala como a maternidade pode ser uma chance de tornar a vida melhor: “Entendi que não estava no controle”

Isabel fala sobre como a maternidade muda a forma da mulher encarar a vida   Isabel Ramos de Oliveira, mãe de Maria Clara e Alice, compartilhou um pouco da história dela com a gente para refletir sobre como a maternidade muda a forma da mulher encarar a vida:   “Tendo a palavra quero compartilhar uma […]

Publicado em 3 de junho de 2019

Isabel fala sobre como a maternidade muda a forma da mulher encarar a vida

 

Isabel Ramos de Oliveira, mãe de Maria Clara e Alice, compartilhou um pouco da história dela com a gente para refletir sobre como a maternidade muda a forma da mulher encarar a vida:

 

“Tendo a palavra quero compartilhar uma fatia da minha jornada, isto mesmo, um pedaço da missão de ser e buscar estar neste mundo inspirando, transpirando e buscando transparecer para mim e para aqueles que me rodeiam um sabor que lembre o querer mais. Querer mais estar comigo mesma, querer mais que me queiram mais, e o desejo se faz protagonista nesta história.

 

Aos 41 anos, sou observadora dos eventos que de modo impactante marcaram minha vida e vejo as chegadas e partidas causarem verdadeiras revoluções em mim. Vou até o topo onde a visão é generosa e percebo a dor de mortes precoces de familiares muito próximos, mas também me toma o corpo e preenche a alma a esperança de vida e oportunidade que a maternidade apresentou, e também o empoderamento que eu experimentei a cada dia,  na medida em que conseguia conquistar degrau a degrau projetos de trabalho e de vida pessoal.

 

Lembro, entretanto, que nos momentos em que os lutos foram vividos o desejo era de que as horas passassem depressa, já quando a vida resplandecia desejava o oposto, qual seja, queria ter poderes que pudessem parar o tempo.

 

E foi nesta divisão que me deparei com uma grande e importante revelação, eu entendi que não estava no controle, e isto me trouxe num primeiro instante angústia e medo, sobretudo tinha certeza que eu queria fazer com que minha passagem neste mundo tivesse minimamente um toque de suavidade e  um tom de legado que alcançasse ao menos as minhas filhas. Eu persisti, e foi durante uma longa caminhada que consegui, digo, venho conseguindo me livrar da necessidade de controlar e por consequência me libertar para encontrar o meu verdadeiro eu ou todos os eu’s possíveis.

 

E orientada nesta linha de busca venho investindo com intensidade em terapia, leituras, cursos, ioga, ginástica e meditação, recursos que têm  mostrado o quão poderosos e abundantes somos, e isto tem me ajudado a aceitar sem tanta dor o que não pude reter e abraçar o que julgo serem presentes e oportunidades de crescimento.

 

A cada passo me conheço melhor, a cada nova fresta de luz que me reflete sob um ângulo ainda não visto no meu espelho eu revisito minhas missões e percebo que isto tem trazido uma mãe mais justa, mais ponderada, mais capaz de orientar e guiar com mãos firmes. Uma esposa talvez mais questionadora mas também amante e amiga. Uma profissional mais qualitativa nas entregas e seguramente justa nas negociações. Ainda erro, ainda sinto medos, ainda tropeço, ainda tenho muitos quereres… Tomara que este ainda dure muito tempo!”