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Lugar de mulher é nos negócios

Na segunda participação na coluna Startups na RME, a Endeavor fala como anda o empreendedorismo feminino e quais atitudes podemos tomar para termos mais empreendedoras de alto impacto

Publicado em 20 de fevereiro de 2023

O número de mulheres empreendedoras que deseja crescer 50% e empregar, pelo menos, 10 funcionários, nos próximos 5 anos, cresceu em 7%, em uma escala global. Mas, para que esse sonho vire realidade, as mulheres enfrentam barreiras sociais e econômicas, fazendo com que o caminho para o sucesso seja ainda mais desafiador. Entenda melhor o atual cenário do empreendedorismo feminino e alguns dos entraves que ainda existem para as mulheres crescerem nos negócios:

Investimento Desigual

Nos últimos anos, o número de mulheres que começaram a empreender cresceu muito, tanto no Brasil como em outros países. Atualmente, cerca de 30% de todos os negócios privados do mundo são operados ou têm como idealizador uma mulher. Esse dado seria promissor, se não fosse por um fato: apenas uma pequena parcela dessas organizações consegue ser considerada de alto impacto.

Nos Estados Unidos, por exemplo, apenas 2% das empresas lideradas por mulheres geram mais de US$1 milhão em receitas anuais. E se você também está se perguntando o porquê disso acontecer, um estudo com empresas americanas conseguiu identificar uma das causas: investimento desigual por parte de instituições financeiras.

Menos de 10%  das empresas lideradas por mulheres recebem investimento externo. Estimativas demonstraram que, se essas mesmas organizações recebessem uma ajuda financeira igual às dos negócios dirigidos por homens, 6 milhões de empregos seriam gerados em apenas 5 anos.

Desestímulo no mundo Empresarial

Além das dificuldades em relação ao investimento, as mulheres também encontram pedras pelo caminho da ascensão dentro do mundo empresarial. Por mais que 70% dos líderes de negócios concordem que a diversidade de gênero melhora a performance da organização, o número de mulheres em cargos altos dentro de empresas cresceu apenas 5%, nos últimos quatro anos.

Esse cenário também é responsável pela queda na porcentagem de mulheres que desejam crescer dentro das empresas. Estudos revelam que, nos primeiros anos depois de entrarem em uma empresa, cerca de 60% das mulheres apresentam uma vontade de subir de cargo, mas esse número cai pela metade à medida que os anos vão se passando e elas não têm suas habilidades reconhecidas. Depois de aproximadamente 5 anos, essas mesmas mulheres que desejavam ascender de cargo já se conformaram com a sua atual posição por acreditarem que não eram capazes ou não tinham as habilidades necessárias.

Mesmo com 80% dos empreendedores reconhecendo que muito ainda deve ser feito para que as mulheres sintam-se atraídas por cargos de liderança, infelizmente apenas 13% acreditam que essas mudanças irão realmente sair do papel. Esse desencorajamento no ambiente de trabalho é responsável pelo dado de que 43% das mulheres afirmaram que o medo de fracassar é o que faz com que elas não abram suas empresas, comparado com 34% dos homens.

Educação Desigual

A educação é outro fator que, direta ou indiretamente, afeta as mulheres na hora de empreender. Para começar, em diversas partes do mundo, aproximadamente 62 milhões de mulheres são privadas do seu direito ao estudo e é dentro desse ambiente escolar que nós desenvolvemos nossas habilidades pessoais, muitas das quais são de extrema utilidade para empreender.

Em uma pesquisa realizada na Austrália, 57% dos homens entrevistados declararam acreditar que tinham as habilidades e conhecimento necessário para abrir um negócio, em comparação com 30% das mulheres.

A falta do ambiente escolar também se reflete no quesito de networking, uma vez que as mulheres têm uma probabilidade menor de conhecer pessoas que tenham aberto algum negócio. Transformando isso em dados, 42% dos homens são mais propícios a conhecerem alguém que tenha começado a empreender nos últimos dois anos, comparado com apenas 27% de mulheres.

Sexismo

sexismo, ou seja, a discriminação baseada nos estereótipos de gênero, é um fator que permeia a caminhada da mulher desde a sua contratação por uma empresa até a hora em que ela deseja abrir seu próprio negócio.

Um estudo realizado nos Estados Unidos demonstrou que as mulheres eram mais contratadas pelas empresas que não pediam fotos nos currículos ou não sabiam o sexo da pessoa que estavam analisando.

Além disso, as mulheres ainda sofrem julgamentos desiguais em relação aos homens no sentido em que os homens são julgados mais competentes em assuntos relacionados a negócios, fazendo com que fique mais difícil para as mulheres conseguirem um ambiente propício para o desenvolvimento dessas habilidades.

Esse cenário é ainda pior em setores como tecnologia e informática, no qual a presença feminina é extremamente baixa. Uma pesquisa realizada e 2015 revelou que a participação de mulheres nesse setor caiu em 19%, mesmo com os avanços tecnológicos dos últimos anos.

O ambiente que temos hoje pode não ser o mais propício para as mulheres que desejam empreender, mas uma notícia é boa: as mudanças necessárias para que esse cenário mude podem começar com todos nós, dentro e fora da sua empresa. Durante essa semana, você conhecerá histórias de empreendedoras que passaram por desafios como esses, mas nunca se deixaram desanimar.

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