Influencer: De hobby à profissão
* Por Isabela Ventura Nas redes sociais, é cada vez mais comum vermos pessoas compartilhando suas vidas, gerando conversas com seguidores de todos os cantos do país e tornando-se muito conhecidas. Se antes isso era apenas um hobby, essas ações tomaram proporções muito maiores nos últimos anos, fazendo com que essas pessoas se transformassem […]
Publicado em 18 de julho de 2019
* Por Isabela Ventura
Nas redes sociais, é cada vez mais comum vermos pessoas compartilhando suas vidas, gerando conversas com seguidores de todos os cantos do país e tornando-se muito conhecidas. Se antes isso era apenas um hobby, essas ações tomaram proporções muito maiores nos últimos anos, fazendo com que essas pessoas se transformassem em ágeis empreendedores culturais.
Conhecidos principalmente pela capacidade de produção de conteúdo e altas taxas de engajamento, esses influenciadores conseguem traduzir mensagens de maneira eficiente, conferindo autenticidade na conexão e trazendo calor para uma relação que é naturalmente fria. Hoje, muito mais do que os famosos recebidos, caminhamos rumo a uma evolução importante: grandes campanhas que são desenvolvidas com a colaboração de criadores de conteúdo nos mais variados formatos. Seja na cocriação de ações publicitárias, cobertura de eventos e até nos formatos mais tradicionais como garotos propaganda, esses influenciadores passaram a ocupar um espaço mais estratégico na comunicação das marcas.
A pergunta que fica é: qualquer pessoa pode ser um influenciador? A resposta é sim! Impulsionados pela internet e pelas redes sociais, que são ferramenta poderosa de auto-expressão e criatividade, muitas pessoas encontraram seu próprio modo de produzir conteúdo e criar narrativas inovadoras no ambiente digital. Apesar de hoje em dia ainda haver o estigma de que para atuar como influenciador é preciso ter milhões de seguidores, é preciso entender que cada vez mais o mercado olha para criadores de conteúdos de nicho, que podem – muitas vezes – ter mais engajamento com o público segmentado que uma marca quer alcançar. Se você for autêntico e conseguir engajar sua comunidade, seja o número de seguidores que for, você é expressivo para o mercado que investe neste tipo de ação.
A grande questão é que muitas pessoas imaginam que todos os criadores de conteúdo já entram na profissão podendo viver apenas disso, o que não acontece na maior parte dos casos. Isso leva a um problema: segundo um estudo da Youpix, apenas 24% dos influenciadores vivem exclusivamente da produção de conteúdo. Uma grande parte possui outro trabalho como fonte de renda principal.
Por conta disso, ainda vemos um mercado pouco maduro no que diz respeito à formalidade. Muitas empresas ainda não sabem ao certo como contratar um influenciador e do outro lado os produtores de conteúdo não entendem muito bem como cobrar. A ascensão desses profissionais foi mais rápida do que pudemos acompanhar. Ainda com base no levantamento do Youpix, cerca de 65% dos entrevistados nunca ou poucas vezes emitiram nota fiscal para trabalhos. A maioria porque não considera valer a pena abrir a empresa, visto que não estão faturando. Isso mostra que o mercado ainda tem muito para amadurecer nos próximos anos.
As empresas, aos poucos têm entendido que vale muito mais alguém autêntico, fiel aos seus seguidores e criativo, do que uma pessoa que tem uma grande audiência mas não necessariamente traz verdade em sua comunicação. Um produtor de conteúdo que fale para o seu público o que ele próprio acredita é valioso. Tenha certeza, a força de uma comunicação mais humana e com propósito continuará a valer cada vez mais.
*Isabela Ventura é CEO da Squid, primeira empresa brasileira especializada em marketing de influência com foco em microinfluenciadores. Isabela é mestre em engenharia econômica e empresarial pela Universidade de Grenoble, na França.