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“Foi uma experiência única no sentido de transformação e melhoramento da visão empreendedora na nossa cidade”

Coordenador de organização no interior do Rio Grande do Norte contou para o Instituto como foi a participação da ONG Agentes da Paz no projeto Heróis Usam Máscaras     Em Currais Novos, a 180 quilômetros de Natal, capital do Rio Grande do Norte, está assentada a ONG Agentes da Paz. Ela foi fundada em […]

Publicado em 15 de setembro de 2020

Coordenador de organização no interior do Rio Grande do Norte contou para o Instituto como foi a participação da ONG Agentes da Paz no projeto Heróis Usam Máscaras

 

 

Em Currais Novos, a 180 quilômetros de Natal, capital do Rio Grande do Norte, está assentada a ONG Agentes da Paz. Ela foi fundada em 2012 com o objetivo de captar recursos para projetos que atendam as mais de 400 crianças e adolescentes parte da organização, e é coordenada por Adaildo Santos, que executa, junto com a sua equipe de aproximadamente 20 pessoas, projetos como o Polícia Mirim e o Programa Itaú Social, que oferecem capacitações para adolescentes que desejam ingressar no mercado de trabalho e atividades lúdicas para crianças em idade escolar. 

 

 

Desde março, muitas das atividades desenvolvidas pela ONG migraram para o Zoom, mas uma atividade que acontece há cinco anos no mês de junho, a Projécopa, Copa dos Projetos Sociais, que promove gratuitamente campeonatos de futebol de salão e queimada, não pôde ser realizada. A gincana fornecia uniformes, alimentação, água, entre outros, para crianças de várias comunidades, e tudo era financiado por pelo menos 30 organizações.

 

 

Desses contatos com outras ONGs e do olhar atento ao que Adaildo chama de “a Bíblia dos captadores de recursos”, o site Prosas, ele ficou sabendo do projeto Heróis Usam Máscaras, feito pelo Instituto Rede Mulher Empreendedora, com os bancos Bradesco, Itaú e Santander, e concepção do Instituto BEI. 

 

 

De primeira, ele mostrou o edital para uma associação de costureiras da cidade, mas eles não se interessaram. Mesmo tendo uma estabilidade financeira por conta do projeto financiado pelo Itaú, Adaildo viu no Heróis Usam Máscaras uma oportunidade de gerar renda para mulheres que estavam paradas após paralisação de fábricas de costura na região, como a Guararapes, empresa que costura as roupas para uma grande rede de roupa fast fashion brasileira. Mulheres que não costuravam profissionalmente, mas que estavam precisando de renda também foram incluídas. Com os contatos das costureiras em mãos, decidiu se inscrever. 

 

 

Selecionado para fazer parte, a ONG começou a produção com uma professora de artes aposentada, Mara, que logo foi espalhando a novidade para as filhas e as amigas que sabiam o ofício de juntar os fios em pedaços de tecidos e confeccionar um item essencial para proteção contra um vírus que não conseguimos ver. Na primeira semana, sete profissionais trabalhavam das suas casas, recebendo semanalmente os materiais e o salário pelo trabalho, tudo com muita segurança. Na última semana de participação no Heróis Usam Máscaras, eram 72 costureiras envolvidas. 

 

 

Algumas produzindo mil máscaras por semana, outras 500 itens de segurança, mas a felicidade por estar em movimento era a mesma. Segundo Adaildo, a participação no projeto ajudou, e muito, na saúde mental delas e deu conhecimento sobre o mundo do empreendedorismo, além de facilitar o contato com rede de produtoras.

A mudança na ONG Agentes da Paz veio por meio da compra de um computador e uma televisão, que foram usados para equipar uma sala de aula que será usada assim que a pandemia acabar. Além da remuneração para a organização, Adaildo destacou que o projeto forneceu tecnologia social para que ele conhecesse pessoas além dos seus horizontes, como a Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong), o Instituto Ethos. 

 

 

O esforço para divulgar na TV, nas mídias sociais e em grupos criou laços de amizade que Adaildo pretende levar para frente. O foco em crianças e adolescentes continua, mas agoraele pretende levar mais conhecimento sobre empreendedorismo para as mulheres de Currais Novos e montar uma cooperativa de costureiras para a cidade de 45 mil habitantes.

 

 

“Foi uma experiência única no sentido de transformação e melhoramento da visão empreendedora na nossa cidade. Foi um aprendizado de como organizar melhor, porque se não tivesse organizado eu tinha enlouquecido. Me deixou ainda mais apaixonado pelo terceiro setor!”, finalizou Adaildo.

 

 

“O projeto Heróis Usam Máscaras é de fundamental importância para gerar renda para mulheres de todo Brasil. O projeto só foi possível por conta da vontade de várias organizações de fazer a diferença. Elas não mediram esforços para o propósito de promover autonomia financeira das mulheres. Sem dúvida, estamos muito felizes com o resultado e esperamos que mais organizações tenham essa visão que de que causas estão acima de marcas. A união é que realiza transformação social.”, completou Ana Fontes, fundadora do Instituto RME.

 

 

Sobre o Heróis Usam Máscaras

 

 

O projeto Heróis Usam Máscaras foi coordenado pelo Instituto RME e contou com a participação de 67 organizações da Sociedade Civil, que administraram o trabalho de 6.000 costureiras e costureiros, sendo que os homens representam 10%. 

 

 

Um dos objetivos do projeto foi a geração de renda para mulheres em situação de vulnerabilidade social. Costureiras que em outros locais recebiam apenas R$ 0,30 por máscara receberam em média R$ 1,52 por unidade produzida.