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Empreendedorismo materno: afinal de contas, de que se trata?

*Por Alê Gomes   Perceber que o empreendedorismo feminino cresce consideravelmente a olhos nu não é uma tarefa difícil! Todos nós temos presenciado surgimento de diversos empreendimentos idealizados e conduzidos por mulheres, ou ações de suporte ao desenvolvimento do empreendedorismo feminino, desde as mais tímidas até aquelas que possuem maior repercussão pelo fato de serem […]

Publicado em 6 de maio de 2019

*Por Alê Gomes

 

Perceber que o empreendedorismo feminino cresce consideravelmente a olhos nu não é uma tarefa difícil! Todos nós temos presenciado surgimento de diversos empreendimentos idealizados e conduzidos por mulheres, ou ações de suporte ao desenvolvimento do empreendedorismo feminino, desde as mais tímidas até aquelas que possuem maior repercussão pelo fato de serem conduzidas por organizações com maior visibilidade de mercado, e até mesmo investirem pesado em mídia de massa para ivulgar essas ações.

 

Agora entender o universo empreendedor feminino a ponto de distingui-lo do que ocorre genericamente no ambiente do empreendedorismo é possível ao mesmo tempo que esclarecedor. Essa compreensão do universo “delas” como empreendedoras nos conduz a uma informação muito esclarecedora e relevante dentro do contexto geral: o empreendedorismo materno é, sem sombra de dúvida, uma grande mola propulsora do empreendedorismo feminino.

 

Para entender esse ponto melhor, vamos recorrer a uma pesquisa realizada pela Rede Mulher Empreendedora, com o fim de definir o perfil da empreendedora brasileira, em 2016.

 

A Rede Mulher Empreendedora (RME) é a maior rede de apoio ao empreendedorismo feminino do Brasil, que tem como propósito empoderar empreendedoras, garantindo independência financeira e de decisão sobre seus negócios e suas vidas, por meio de diversas ações de capacitação e que possui mais de 400 mil participantes, oferece site de conteúdo, dicas, notícias e fóruns de discussões. Promove eventos de networking, cursos, mentorias, inspiração e tem o reconhecimento de suas ações efetivas coroado por premiações e parceiras com diversas instituições de renome nacional e até mesmo internacional. Conheça mais sobre a Rede Mulher Empreendedora em www.redemulherempeenderoa.com.br.

 

A pesquisa foi realizada pela RME de 31 de julho à 29 de agosto de 2016 teve como amostra, utilizando-se da metodologia quantitativa e online, com exatamente 1376 mulheres como respondentes. Dessas, 85% já empreendem e 15% pensam em empreender. Ela foi patrocinada pelas empresas AVON, ITAÚ e FACEBOOK, com organização da Rede Mulher Empreendedora – RME. Segue abaixo alguns dados dessa pesquisa que consideramos relevantes no contexto de entender o que é empreendedorismo materno, tema dessa artigo. Em outro momento podemos contemplar outros aspectos dela, pois trata-se de um documento muito rico de dados e informações relevantes sobre o empreendedorismo feminino em geral.

 

Quem é essa empreendedora?

 

Uma mulher brasileira, de 39 anos, mãe de um filho, casada, com formação superior completa, sonhadora, com experiência no mundo corporativo, satisfeita com o sucesso conseguido com o seu negócio, ou na busca dele, e dona de uma empresa no setor de serviços. Ao mesmo tempo que conta com apoio de sua família para cuidar da casa, precisa aprender a delegar muito bem suas tarefas, tanto as domésticas, quanto na empresa. Tem dificuldades no planejamento financeiro, participa de muitos eventos de capacitação e networking e é otimista, acima de tudo.

 




 

As empreendedoras da época da pesquisa se concentravam na sua maioria nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Sua idade média é entre 30 e 39 anos de idade.

 

Ainda segundo essa pesquisa, a decisão de empreender para a mulher está atrelada a independência financeira e a maternidade. Esse já era um dado percebido pelo mercado, mas que ainda não era comprovado: 75% das empreendedoras decidem ter um negócio após a maternidade. Na classe C, a porcentagem aumenta para 83%. A maioria é da classe B e C. A maioria é casada, com filhos e apresentam um grau de escolaridade um pouco maior do que as que planejam empreender e que tem média 36,5 anos, sendo que 30% pertence a Classe C, enquanto 35% das mais velhas pertencem a classe A.

 

Ou seja, nasce um bebê, uma mãe e uma empreendedora! Que coisa linda de se entender!

 

Mais lindo ainda é entender que o empreendedorismo materno não é desculpa para a mãe trabalhar de forma desleixada, atrasar com os prazos para com os seus clientes, ou justificativa para ter uma empresa que mais parece o quintal de uma casa por que “sou empreendedora materna e tenho que levar meus filho para o trabalho, e meu filho faz o que ele quer”. Esse poderia ser um discurso de uma empreendedora que é mãe sim, mas uma empreendedora que ainda não aprendeu o caminho do profissionalismo e do desenvolvimento, por que o empreendedorismo materno não é pretexto para o descaso com o seu negócio, e sim uma forma de entender que se para empreender a paixão é importante, como já conhecido no universo empreendedor, para aquelas mulheres que optaram pela maternidade e ela as fazem mais felizes (com todo respeito às que não fizeram essa opção, empreenderas merecedoras do nossa admiração tanto quanto as que são mães),  a paixão que está envolvida desde a concepção de filhos até o acompanhamento de todas as etapas de suas vidas, mesmo em meio a momentos de dores que são pertinentes a todos, não só às mães, que decidem criar filhos, essa paixão pode se tornar combustível para superação de desafios no mundo dos negócios e fonte de inspiração para criar novas alternativas para rentabilidade e até mesmo continuidade de sua empresa. Que a inteligência emocional tão requerida quando se pensa em relações interpessoais no ambiente do trabalho, onde tantos seres com distintos se reúnem, pode ser desenvolvida também no dia a dia, na construção de seres humanos por meio da educação doméstica pois ao nos dispormos a educar, a ensinar os filhos, nos deparamos com tanto aprendizado e oportunidades enriquecedoras de entender mais sobre o ser humano e suas relações no dia a dia da maternidade. E esse pode se tornar um ponto favorável às mães empreendedoras, que já tem tantos pontos que lhe requerem superação devido aos múltiplos desafios que o mercado oferece a quem tem essa responsabilidade com filhos, e eu diria até mesmo compromisso com esses seres tão queridos que são os nossos filhos, além da inúmera carga que todos enfrentam no trabalho rotineiramente. Criar filho pode ser um fator de desenvolvimento para empreendedoras sim! As mães empreendedoras devem conciliar o aprendizado que o cotidiano familiar lhes oferece com o mesmo que ocorre no seu negócio, e assim conseguir enxergar a paz entre o sucesso pessoal e o profissional. Eles não precisam ser inimigos!

 

Empreendedorismo materno é acima de tudo, acreditar que alguém que opta pela maternidade e a considera essencial para sua realização pessoal não precisa ser infeliz na vida pessoal e pode ter amplas possibilidades de desenvolvimento ao se dispor a aprender sobre negócios com seus filhos, por que quem vive isso sabe: eles irão nos ensinar a ser pessoas melhores!

 

Aos que quiserem conhecer u pouco mais sobre o tema empreendedorismo materno, sugiro a leitura do livro Minha Mãe é um Negócio,da editora Saraiva, escrito por Ana Claudia Konichi e Patricia Travassos,  com quem tive o privilégio de trocar ideias empreenderas tomando uma xícara de café, e que me impulsionaram para focar no meu sonho de atuar intensamente com empreendedorismo feminino, a quem eu agradeço pela atenção de reservar tempo na sua agenda e ouvir uma paraibana que deu um pulo em São Paulo só para conversar com ela. Além de uma mulher extraordinária, com quem aprendi muito em tão poucos contatos, ela é jornalista, colunista da Globo News, empresária, blogueira do Prosa Press, e co autora da série Mães SA exibida no Fantástico e comandada por Max Gehringer em 2012, empreendedora materna e pioneira no desenvolvimento de conteúdo nesse tema. Seu livro consegue abordar o tema de maneira leve ao mesmo tempo que instigante, e percorremos em suas páginas uma diversidades de depoimentos e exemplos de mulheres reais, como eu e tantas leitoras que possam estar lendo esse artigo, com um dia a dia cheio de desafios pessoais, mas que buscam conciliar sucesso profissional com sucesso pessoal e tem a família como um bem muito precioso, que decidem optar por fazer com esses dois andem de mãos dadas, para quem o dinheiro não traz felicidade se te rouba o direito de viver momentos felizes ao lado das pessoas que considera especiais e até mesmo essenciais para suas vidas.

 

Eu sou Alexsandra Gomes, mãe de duas lindas princesas, Manuella, de 18 anos e Micaella, de 17 anos. Realizadíssima por ser mãe, especialmente delas. Empreendedora. Embaixadora da Rede Mulher Empreendedora em João Pessoa. Comprometida com a causa do desenvolvimento de pessoas e de negócios para contribuir com o Universo Empreendedor. E acima de tudo eu acredito na felicidade pessoal andando de mãos dadas com a realização profissional! Eu acredito em ser feliz como mãe e profissional! Eu sou feliz como mãe e profissional, com todos os desafios que isso implica!

 

*Coach, mentora e consultora nas áreas de desenvolvimento profissional, liderança, inovação, empreendedorismo e atendimento.