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Educadora e mestre em Diversidade Inclusiva fala sobre ocupar espaços e da importância da educação racial

Contando sua experiência como Mestre em Diversidade Inclusiva, Samanta Lopes fala sobre educação racial em grandes empresas e seu caminho junto a RME

Publicado em 13 de maio de 2022

Publicitária, consultora, mentora, educadora e Mestre em Diversidade Inclusiva, Samanta Lopes é coordenadora do Programa Mestre Diversidade Inclusiva, um projeto da agência um.a e da empresa educacional britânica Pearson. Visando mudar a relação de grandes empresas com a diversidade inclusiva de pessoas pertencentes às minorias, mas principalmente pretas e vindas da periferia, a Mestre já atendeu em dois anos, grandes nomes de redes de mercados e vendas, empresas de comunicação e tecnologia multinacionais. Além disso, antes de trabalhar com a um.a, Samanta já tinha uma carreira consolidada como treinadora e gestora de equipes.

Com um currículo desses, é inacreditável pensar que, quando seu antigo trabalho fechou o escritório no Brasil, em 2014, e ela procurou recolocação no mercado, recrutadores pediam para tirar competências de seu currículo para que ela conseguisse novos cargos. “Eles falavam para mim Samanta, com esse currículo, ninguém vai te contratar para você passar por cima de gestores’. Mas poxa, eu ralei tanto para construir essa carreira, para alguém falar que não dá para contratar?”, contou. Foi aí que ela retomou a frente de sua vida profissional.

Mãe de dois meninos, mulher negra e periférica, Samanta percebeu que o seu diferencial era ser uma profissional com vivência corporativa e projetos sociais, com experiência no mundo digital. Foi assim que ela fundou a Hub e Tech Produções, “um hub educacional voltado a letramento digital para empreendedorismo e desenvolvimento de criatividade”. 

Foi em um dos eventos que ela organizou que sua vida cruzou com a um.a. Tempos depois, em um relacionamento bem firmado, ela foi convidada para ser coordenadora do Programa Mestre Diversidade Inclusiva. A principal vertente do seu trabalho é fazer conexões entre periferia e mundo corporativo, enquanto ela abre espaço para que a periferia faça palestras e workshops, e educa empresas do ambiente corporativo no letramento racial.

Ao compartilhar histórias ouvidas durante as capacitações do programa, ela fala de momentos que a educação racial teriam evitado situações constrangedoras e agressivas, em diversos momentos do dia-a-dia da sociedade. Imagine um pai negro, com cabelo black power grande, com filha e esposa brancas, que foi buscar sua filhinha na escola. A mãe que sempre a buscava, então a filha estranhou e chorou pela falta da presença materna naquele momento da sua rotina, algo normal. O que não foi, e não é, normal foi o comentário que ele ouviu de alguém, provavelmente uma pessoa branca que estava de costas para eles. “Ela deve estar assustada com o cabelo”! 

Situações em que histórias de microagressões às pessoas negras são compartilhadas em diversas formações. “Eu me lembro de uma história de uma mãe branca que é constantemente abordada em vários lugares, no Sul do país onde ela mora, por pessoas a parabenizando por adotar uma criança negra. A criança [biológica] é filha dela! Então fazemos trabalhos também para acolher e fortalecer o lanço dessas famílias inter-raciais de forma que as crianças sejam assistidas também”, contou Samanta.

Samanta é também mais uma mulher da Rede. Já trabalhou duas vezes como curadora da Arena Tech for Teens, ativação da Virada Empreendedora, antigo evento que a RME já organizou, e participou recentemente do treinamento de mentores da nova edição do programa Elas Prosperam, parceria entre RME e Visa Foundation. Ela ainda lembra como a Rede a motivou a seguir em frente, em 2014, quando as coisas ainda eram difíceis. Estávamos numa época que ainda tinha pouca mulher na tecnologia, ouvi muito ‘se você não é programadora, não serve’, mas a Rede serviu muito como um propulsor para eu seguir ocupando esses lugares”.

Para acompanhar Samanta Lopes, você pode segui-la nas redes sociais. E para saber mais sobre o trabalho da um.a, você pode participar dos eventos que a agência está presente. A agenda mais próxima é o Evento Business Show, feira de eventos que acontece em São Paulo, em que Ronaldo Bias Ferreira Junior, sócio da um.a  #DiversidadeCriativa, estará presente para falar como a diversidade pode proteger as pessoas e os negócios.

ARTIGO ESCRITO POR

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Formada em Jornalismo, seu Trabalho de Conclusão de Curso foi uma pesquisa crítica acerca do olhar que a grande mídia tem sobre corpos femininos negros e as narrativas sobre eles construídas. Apaixonada por conhecimento e curiosa para entender mais sobre o mundo, segue estudando sobre comportamento, colorismo e mídia.

Karina Souza Quenis Jornalista