Dia da Consciência Negra: desigualdade racial no empreendedorismo feminino
Data só virou feriado nacional em 2024 No dia 20 de novembro celebra-se o Dia da Consciência Negra, uma data de reflexão sobre a importância da população negra na história e sociedade brasileira. A data, que foi oficialmente reconhecida como feriado nacional pela Lei 14.759/2023, sancionada pelo senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), tem sido um marco […]
Publicado em 20 de novembro de 2024
Data só virou feriado nacional em 2024
No dia 20 de novembro celebra-se o Dia da Consciência Negra, uma data de reflexão sobre a importância da população negra na história e sociedade brasileira. A data, que foi oficialmente reconhecida como feriado nacional pela Lei 14.759/2023, sancionada pelo senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), tem sido um marco importante para discutir as questões raciais no Brasil.
Em 2024, a pesquisa anual realizada pelo LAB do Instituto Rede Mulher Empreendedora (RME), com apoio da Rede Mulher Empreendedora, trouxe à tona dados preocupantes sobre a realidade das empreendedoras pretas e pardas no Brasil. O estudo, que tem como foco a Economia do Cuidado, revela a persistente desigualdade racial dentro do universo do empreendedorismo feminino.
Dados da Desigualdade Racial no Empreendedorismo
A pesquisa de 2024 destaca que, enquanto 61% das mulheres empreendedoras brancas no Brasil possuem ensino superior, apenas 44% das mulheres pretas e pardas alcançam o mesmo nível de escolaridade. No que diz respeito à renda das empreendedoras, a desigualdade também é evidente. Quase 49% das mulheres pretas e pardas no Brasil ganham até R$ 2.000,00 por mês, enquanto essa faixa salarial é observada em apenas 36% das mulheres empreendedoras brancas.
Motivos para Empreender: A Luta por Independência Financeira
A principal motivação para as mulheres empreendedoras, especialmente as pretas e pardas, é a independência e a segurança financeira. A pesquisa reforça que, embora o empreendedorismo seja uma estratégia para muitas mulheres enfrentarem a desigualdade de gênero e raça, as dificuldades para acessar recursos financeiros e expandir seus negócios são enormes.
Esse cenário reflete uma disparidade racial que ainda persiste em diversas áreas da sociedade brasileira. As mulheres pretas enfrentam obstáculos adicionais para acessar oportunidades de negócios, como linhas de crédito, capacitação e formalização de empresas.
Dia da Consciência Negra: Um Convite à Reflexão
O Dia da Consciência Negra vai além de uma simples comemoração. É um momento para refletirmos sobre o papel da cultura negra na formação da identidade brasileira e sobre as desigualdades raciais que ainda afetam a vida das mulheres e meninas pretas. Como sociedade, tanto no setor público quanto privado, precisamos abrir mais espaços para que essas mulheres ocupem posições de protagonismo, sejam no mercado de trabalho, no empreendedorismo, ou em qualquer outra área.
Como disse a ativista Angela Davis, “Numa sociedade racista, não basta não ser racista, é necessário ser antirracista”. Este é um lembrete de que a luta por um Brasil mais justo e igualitário não deve se limitar à luta das mulheres em geral, mas precisa abraçar as causas das mulheres pretas de forma ativa e urgente.
Leia também: Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino: A Luta das Mulheres no Mundo dos Negócios