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Debate entre voluntárias

No último dia 25 de abril aconteceu o primeiro Grupo de Debate da RME e do Instituto RME com suas colaboradoras voluntárias, trazendo como tema a participação da nossa CEO e fundadora, Ana Fontes, na última edição do Pacto Global da ONU, em Nova York. Pelo terceiro ano consecutivo, a Ana integrou a CSW – […]

Publicado em 28 de abril de 2023

No último dia 25 de abril aconteceu o primeiro Grupo de Debate da RME e do Instituto RME com suas colaboradoras voluntárias, trazendo como tema a participação da nossa CEO e fundadora, Ana Fontes, na última edição do Pacto Global da ONU, em Nova York.

Pelo terceiro ano consecutivo, a Ana integrou a CSW – Comissão da ONU para discutir a situação das mulheres no mundo, ocupando lugar de destaque junto às ações do Pacto Global da ONU no Brasil que acontecem paralelamente ao evento principal. O diferencial, desta edição, é que ela foi convidada a participar, também, do Fórum de CEOs, evento da agenda principal, ampliando ainda mais a participação da Rede Mulher Empreendedora e do Instituto RME em ações afirmativas na busca pelo empoderamento econômico feminino.

Para se ter uma dimensão geral do evento, cerca de três mil pessoas circularam entre os auditórios principais e as quinze salas com eventos paralelos e simultâneos. Em uma conversa online, de cerca de uma hora, onde as voluntárias traziam questionamentos sobre a participação e presença da Rede em um evento deste porte, Ana relatou que sua contribuição principal foi buscar soluções no apoio à geração de renda para mulheres como ferramenta de transformação social – temática foco de todas as ações da Rede e do Instituto. 

“Precisei priorizar as agendas e definir onde seria mais estratégico estar presente. Participei de alguns dias e ações da CSW e 100% das ações do Pacto Global, ainda com o compromisso de integrar a reunião do W20, grupo de engajamento da sociedade civil para trabalhar a pauta de mulheres no G20, do qual participo desde 2017” – disse Ana.

Sendo esta a sua terceira participação, já como “veterana” no evento e contando com o apoio de sua co-CEO na Rede, Celia Kano, além de outras parceiras de jornada, foi possível assumir e conciliar a agenda de compromissos oficiais junto à organização dos eventos, com a demanda por reuniões, na busca de novos parceiros estratégicos e investimento para as ações e projetos da RME e do Instituto.

Como contribuição prática, Ana pontuou que a presença em eventos – de pequeno ou grande porte – precisa ser pautada por objetivos relevantes para o participante. O que ganhamos com isso? Como contribuímos? Seja uma reunião, ampliação de networking ou discussão em rodas de debates, devem ser pautados em uma justificativa coerente com seu objetivo e porte de negócio, que fundamente o investimento – de tempo e de dinheiro – na participação dos mesmos. Inclusive, esta era uma das temáticas principais do CSW deste ano, que tratou sobre inclusão financeira e digitalização para mulheres.

Uma das mesas discutia exatamente sobre o acesso a recursos financeiros para as mulheres. Imagine a felicidade de ver este assunto sendo tratado por diversos países e culturas diferentes? A mesma temática impulsionou, recentemente, a RME e o Instituto RME a realizarem um estudo de mapeamento de iniciativas e programas de acesso à capital pelas mulheres empreendedoras brasileiras em parceria com o Banco Cora, disponível para download

Outro momento, extremamente relevante, foi a participação no Fórum que reuniu cerca de oitenta CEOs do mundo todo, para discutir como o setor privado pode acelerar a equidade de gênero, trazendo os homens para o debate e ação! O painel “Taking Effective Action to Engage Men to Propel the Women’s Empowerment Principles” foi conduzido pelo Dr Michael Kaufman, escritor, palestrante e mentor em ações focadas a engajar homens na busca pela equidade de gênero, na paternidade ativa e no fim da violência contra as mulheres. 

De forma geral, por mais que não se tenham soluções explícitas ao final destas mesas de discussão – afinal, cada cultura e país tem seus recortes de interesse – se levantam boas ideias. Também reforça o quanto é relevante estarmos prontas a ouvir além da nossa própria bolha. Ana constatou, por exemplo, que o tema de mulheres negras, mesmo sendo muito forte no Brasil, não é sensível a todos os países. Segundo ela, essa temática será a luta da delegação brasileira para entrar na pauta do W20 do ano que vem, já que o Brasil será o país líder, com a presidência do próximo encontro do G20 – os países mais desenvolvidos do mundo. 

Quem assume a presidência, assume também a organização do documento, que segue diretrizes das Relações Internacionais, ou seja, precisa ser redigido em consenso entre os vinte países. É um trabalho extenso, que leva de quatro a cinco meses para ser realizado, com extrema dedicação e profissionalismo. Outros temas, que sempre se fazem presente, trazem à tona questões ligadas às mulheres empreendedoras, combate à violência contra mulher, equidade salarial entre cargos iguais e cotas e políticas afirmativas, como a maior participação de mulheres em Conselhos, por exemplo. 

Para finalizar, pairavam alguns questionamentos sobre os próximos passos da RME e do Instituto, frente a todos esses novos acontecimentos e a crescente participação da Rede em projetos de impacto – seja através de sua fundadora, da co-CEO Célia Kano ou de suas Conselheiras e voluntárias. Segundo Ana, “Nada menos do que a dominação mundial (risos)”.  

A vontade que se mostrou presente durante este primeiro grupo de debate é de, quem sabe em 2024 ou 2025, não tenhamos uma delegação exclusiva da RME para prestigiarmos o evento in loco e apoiarmos a causa da independência econômica feminina?