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De cabeleireira para costureira

Emília produziu 2 mil máscaras pelo projeto Heróis Usam Máscaras no Pará     Emília Ferreira de Sousa é cabeleireira na cidade de Novo Progresso, no Pará, mas antes disso, quando ainda era solteira, ela trabalhava com costura. Quando a pandemia chegou no país, sua renda também foi afetada. Sem as festas, os casamentos, com […]

Publicado em 6 de outubro de 2020

Emília produziu 2 mil máscaras pelo projeto Heróis Usam Máscaras no Pará

 

 

Emília Ferreira de Sousa é cabeleireira na cidade de Novo Progresso, no Pará, mas antes disso, quando ainda era solteira, ela trabalhava com costura. Quando a pandemia chegou no país, sua renda também foi afetada. Sem as festas, os casamentos, com as igrejas fechadas e a necessidade das famílias de economizar bastante diante da incerteza, Emília viu nas máscaras uma oportunidade de ganhar algum dinheiro para não ficar parada em casa. “A gente que mexe com salão precisa do movimento”, afirmou. Ela postou em um grupo de compra e venda da cidade um pouco antes do decreto do Governo do Estado que determinava que todos deveriam usar os itens de segurança contra o vírus.

 

 

Com duas filhas, essa foi uma solução boa. A procura aumentou e Emília teve a ideia de vender também para as farmácias. Executando esse trabalho, apareceu a oportunidade de integrar o projeto Heróis Usam Máscaras, por meio do Instituto Edson Royer, uma das organizações selecionadas para a execução no Pará. Ela conseguiu produzir duas mil máscaras. Prontos, eles foram distribuídos gratuitamente para pessoas que não poderiam comprar. “Participei do projeto para contribuir com a nossa sociedade.”, disse. 

 

 

Com os resultados desse trabalho, coordenado pelo Instituto RME, com apoio dos bancos Bradesco, Itaú e Santander, ela conseguiu colocar um projeto pessoal em prática. “A gente estava com um projeto de reformar a área da minha casa, que estava um pouco velha, e fazer o acabamento da cozinha. Foi tudo praticamente com dinheiro de máscara. É trabalhoso, é, eu já fiquei até às duas horas da manhã costurando, mas deu tudo certo. Estamos aí firme e forte.”, explicou. 

 

 

Como o processo de fazer as máscaras passa por algumas fases, Emília chamou uma amiga para ajudar a passar os panos antes de irem para a máquina de costura. Além de estender o impacto, ela conta que outro benefício foi o aumento da sua rede de contato. Produzir máscaras a ajudou também a conhecer pessoas e conseguir mais clientes para o seu salão de beleza.

 

 

Para o futuro, ela espera se aperfeiçoar mais na área da beleza, investindo parte do dinheiro que ela ganhou e ainda ganha com as máscaras na sua educação.

 

 

“O projeto Heróis Usam Máscaras é de fundamental importância para gerar renda para mulheres de todo Brasil. O projeto só foi possível por conta da vontade de várias organizações de fazer a diferença. Elas não mediram esforços para o propósito de promover autonomia financeira das mulheres. Sem dúvida, estamos muito felizes com o resultado e esperamos que mais organizações tenham essa visão que de que causas estão acima de marcas. A união é que realiza transformação social.”, completou Ana Fontes, fundadora do Instituto RME.

 

 

Sobre o Heróis Usam Máscaras

 

 

O projeto Heróis Usam Máscaras foi coordenado pelo Instituto RME de abril a outubro deste ano e contou com a participação de 67 organizações da Sociedade Civil. Junto com o Instituto RME, elas administraram o trabalho de 6.000 costureiras e costureiros, sendo que os homens representam 10%. 

 

 

Um dos objetivos do projeto foi a geração de renda para mulheres em situação de vulnerabilidade social. Costureiras que em outros locais recebiam apenas R$ 0,30 por máscara receberam em média R$ 1,52 por unidade produzida. Ao todo, foram confeccionadas e distribuídas 12 milhões de máscaras.