A importância de criar o seu conceito de saúde mental para se empoderar
Convidada para escrever no site da RME, a empreendedora Viviane Luz fala saúde mental
Publicado em 25 de julho de 2022
Vivemos o ano com um histórico social muito pesado para a maioria das pessoas que não enriqueceram no período: 2 anos seguidos de incertezas na saúde, economia, perdas e possíveis aprendizados.
Nesse período tivemos muitas postagens e artigos sobre dicas para aumentar sua saúde mental e agora com o retorno das atividades presenciais também vemos esse tema retornando, mas me surgem alguns questionamentos e acho válido compartilhar aqui:
Saúde mental de quem pra quem? Saúde mental da perspectiva de quem tem privilégios?
Como divulgar o “tem que” fazer terapia, meditar, dormir 8h, etc – com sentido velado de obrigação – vai ajudar alguém em situações precárias? Será que se não ter ou fazer nenhuma dessas coisas é sinônimo de doença mental? Como essas obrigações veladas me ajudam na jornada tão instável que é empreender?
Muitas publicações com receita de bolo do que fazer e indo na contramão de gerar a sensação de bem-estar, gerando até mesmo uma sensação de exclusão ou do “não é para mim” e poucas com a possibilidade de olhar para sua vida/rotina e criar o que de fato te ajudará.
E para dar um encaminhamento nos questionamentos acima, aqui vai algumas possibilidades para criar o seu caminho de saúde mental e possibilitar uma forma de empoderamento dentro de sua própria rotina e condições:
Comparação? Só se for com você mesma!
Isso mesmo, temos várias versões ao longo da vida e podemos usá-las como um norte ou parâmetro para saber se estamos crescendo em algum aspecto. E essa é a comparação mais saudável que podemos fazer, pois sabemos das nossas condições de origens, nossos desafios e conquistas diárias.
Diferente de se comparar com outras pessoas, principalmente com ícones das redes sociais – essa é a cilada. Muitas vezes usamos pessoas que possuem muitos privilégios de dinheiro, acesso, cor/raça, etc., como norte e esquecemos que tudo isso facilita muito qualquer ação que a pessoa faça. Portanto, para desenvolver a saúde mental é preciso abandonar a comparação alheia e usar nossas versões anteriores como base.
Não é só distrito que precisa de limites!
Ele é essencial para mantermos nossa saúde mental e muitas vezes requer que demos o primeiro passo com nossos hábitos para então colocar limite no ambiente externo, como por exemplo, respeitar o funcionamento do nosso corpo através do sono, fome, tensão pré menstrual à possibilidade de posicionar a sua vontade na roda de amig@s, entrega de projetos/serviços, relações no trabalho etc.
Às vezes, só o “não” já te ajuda bastante.
Muitas vezes ficamos sobrecarregadas com as triplas jornadas e, dentre elas, o próprio desafio da (re)existência quando se é minoria. E o convite para a reflexão é o quanto dessa sobrecarga pode ser dividida ou até mesmo “delegada” ao falar um não ou inventar uma leve desculpa com um não subliminar nela?
Faço esse convite para se aproximar dela e analisar se de fato é algo que só você pode fazer ou acaba pegando para si por motivos como: mostrar valor, ter mais responsabilidades para não olhar outras questões, insegurança e outros subtemas que podem agravar ainda mais sua situação e te afastar do caminho da saúde mental te deixando mal e com baixa auto-estima.
E lembre-se, pergunte se é possível dentro de sua realidade.
Questionar todo conteúdo com esse olhar já é uma forma de criar menos pressão social e se empoderar do seu próprio conceito.
Enfim, essas foram algumas sugestões simples para possibilitar outras formas de entender a saúde e se apropriar de um tema tão essencial para nos mantermos fortes e vigilantes numa realidade tão adversa.