Preço baixo demais não é gentileza: é prejuízo
Muitas empreendedoras acreditam que estão pedindo caro quando definem o preço do próprio trabalho. A verdade é outra. Elas não estão pedindo nada. Estão apenas cobrando o valor real da entrega. E isso inclui algo que quase ninguém fala: os custos invisíveis que corroem o lucro quando não são considerados. Para precificar de forma justa, […]
Publicado em 28 de novembro de 2025
Muitas empreendedoras acreditam que estão pedindo caro quando definem o preço do próprio trabalho. A verdade é outra. Elas não estão pedindo nada. Estão apenas cobrando o valor real da entrega. E isso inclui algo que quase ninguém fala: os custos invisíveis que corroem o lucro quando não são considerados.
Para precificar de forma justa, é preciso reconhecer que o valor do seu trabalho não está apenas no produto final ou no tempo de execução. Ele está na soma de todos os investimentos feitos ao longo da sua trajetória. Cursos, ferramentas, materiais, testes, ajustes, noites sem dormir, os erros que ensinaram e a experiência que lapidou. Isso tudo faz parte da conta.
Mas existe um segundo grupo de custos que quase sempre fica de fora. São aqueles gastos pequenos, aparentemente simples, mas que no final do mês consomem boa parte do que entrou. O frete que você paga para receber mercadorias. O deslocamento para ir buscar produtos quando o fornecedor não entrega. O transporte para reuniões, entregas, compras de última hora. A embalagem que você repõe sempre que acaba. A ligação que você faz para resolver um problema. O café que você paga enquanto espera atendimento. As horas extras de preparação, organização e logística que ninguém vê.
Quando esses gastos não entram na precificação, o lucro desaparece. Você vende, trabalha, entrega, mas o dinheiro nunca sobra. E o motivo não é falta de clientes. É falta de clareza.
Muitas mulheres têm medo de ajustar seus preços porque acham que podem perder vendas. O que elas não percebem é que, mantendo os valores baixos demais, acabam pagando para trabalhar. Não conseguem reinvestir, não conseguem melhorar, não conseguem crescer. E o negócio fica sempre no mesmo lugar.
Preço justo não é preço caro. Preço justo é matemática. É responsabilidade. É sustentabilidade. É o valor que cobre custos visíveis e invisíveis e ainda garante lucro, porque lucro não é luxo. Lucro é o que mantém o negócio vivo.
Quando você sustenta seu preço, você educa seu cliente. Quem valoriza paga. Quem não valoriza pede desconto. Clientes sérios entendem que o profissional que entrega qualidade precisa cobrar de forma coerente. A precificação justa filtra. Afasta quem não está alinhado e aproxima quem reconhece o que você oferece.
E tem algo ainda mais importante. O valor que você define é o valor que o mercado passa a enxergar em você. Se você trabalha sempre no desconto, seu posicionamento enfraquece. Se você cobra de forma consciente, sua marca cresce. Pessoas respeitam profissionais que sabem o que entregam.
A pergunta certa nunca é quanto o cliente quer pagar. A pergunta certa é quanto custa para você entregar com excelência. Quanto custa repor estoque. Quanto custa se deslocar. Quanto custa manter a operação funcionando. Quanto custa fazer bem feito.
Quando você entende isso, tudo muda. Você para de se justificar. Você para de sentir culpa. Você para de trabalhar no limite.
Valorizar seu trabalho não é sobre coragem. É sobre clareza. É sobre entender que você realiza muito e merece receber por tudo que entrega.
Cobrar o preço justo hoje é o que garante que o seu negócio continue existindo amanhã.