Do zero ao milhão: empreendedora transformou a ausência de serviços veterinários em um negócio de R$ 1,4 milhão no interior do Rio Grande do Sul
No ano de 2017, a empreendedora Maíra Scheid tomou uma decisão que parecia contraditória: deixar uma carreira recém-iniciada na região metropolitana para abrir uma clínica veterinária em sua cidade natal, Cerro Largo, no interior do Rio Grande do Sul — um município com pouco mais de 14 mil habitantes e nenhum serviço de saúde animal […]
Publicado em 18 de setembro de 2025

No ano de 2017, a empreendedora Maíra Scheid tomou uma decisão que parecia contraditória: deixar uma carreira recém-iniciada na região metropolitana para abrir uma clínica veterinária em sua cidade natal, Cerro Largo, no interior do Rio Grande do Sul — um município com pouco mais de 14 mil habitantes e nenhum serviço de saúde animal especializado.
“Voltar para minha cidade natal nunca esteve nos meus planos. Eu cresci ouvindo que, para ser alguém na vida, era preciso estudar e trabalhar nos grandes centros urbanos”, lembra. Mas, após especialização em cirurgia veterinária e uma experiência frustrante no mercado de trabalho, Maíra deu um Google com a pergunta: “Como abrir uma clínica veterinária?” E assim nasceu um negócio promissor.
Na época, não havia serviços veterinários com estrutura mínima em Cerro Largo. Os atendimentos mais complexos exigiam deslocamentos de até 70 km. O cenário, desafiador para quem buscava atendimento, era ao mesmo tempo uma janela de oportunidade. “Foi um projeto ambicioso, principalmente para quem não tinha ‘um real’ no bolso. Houve críticas, incentivos, dúvidas… Mas eu faria tudo de novo, exatamente igual”, afirma.
Nos primeiros meses da Sheid Clínica Veterinária, o maior obstáculo não foi financeiro, mas a confiança da comunidade. “Era um serviço novo, que poucos conheciam. Conquistar os clientes, um a um, foi essencial. Vinculei meu sobrenome ao negócio justamente para criar identificação: eu era desconhecida por muitos, mas a minha família era conhecida na cidade. Em lugares pequenos, isso faz diferença”, relembra a empresária.
A estratégia deu certo. De um faturamento inicial de R$ 6 mil, em 2017, a clínica saltou para mais de R$ 1,4 milhão em 2024 — um crescimento exponencial em sete anos. O segredo? Maíra é direta: “O atendimento diferenciado, a alta qualidade técnica e o cuidado no pós-venda. O tutor gosta de saber que nos importamos com o resultado, que estamos ali para ajudar”, explica.
Com o aumento da demanda, a estrutura original do negócio se tornou insuficiente. Entre o sexto e o sétimo ano de atuação, veio uma expansão ousada: investimento seis vezes maior que o inicial, com aquisição de novos equipamentos e ampliação da equipe. “Chegamos à nossa capacidade máxima. Sem expandir, não conseguiríamos crescer mais”, ressalta Sheid.
Entre as aquisições que marcaram a nova fase da clínica está o aparelho de raio-x digital. “Era um sonho antigo, que parecia impossível. Antes, o serviço era terceirizado, e a logística dificultava muito. Hoje conseguimos realizar o exame na hora, o que melhora o diagnóstico e o tratamento dos animais”, pontua.
Mas a profissionalização do negócio não veio só da parte técnica. A adoção de um sistema de gestão (GestãoPet) foi outro divisor de águas. “A informatização ajudou a entender melhor os nossos números, precificar com exatidão e analisar o desempenho dos setores. Boa gestão é o que sustenta o crescimento.”
A estruturação também passou por momentos de aperto, mas para viabilizar a expansão, foi necessário recorrer a empréstimos — um processo que, segundo Maíra, exigiu coragem e controle. “Nunca tive medo de não dar conta. Com uma base de clientes fidelizada e fluxo constante de novos atendimentos, bastava seguir trabalhando com consistência.”
Nesse processo, contar com Fundo de Impacto Estímulo, que apoia o micro e pequeno empreendedor brasileiro foi fundamental. “Isso foi peça-chave para viabilizar o financiamento da expansão do negócio, pois os grandes bancos recusavam liberar recursos para quem não tinha renda ou capital próprio. Foi o respiro que precisávamos para nos reorganizar”, conta Maíra.
A Sheid veterinária também se diferencia pelo seu impacto social. A clínica mantém parcerias com ONGs locais e presta atendimento com preços acessíveis a animais de rua e famílias em situação de vulnerabilidade. “Desde que fiz voluntariado na ONG Viva Bicho, em Balneário Camboriú, antes mesmo de ser veterinária, entendi que esse seria o meu papel”, ressalta.
Além disso, a clínica participa de licitações para castrações voluntárias promovidas pela prefeitura — uma política de saúde pública e controle populacional que beneficia diretamente a comunidade. “Sou defensora de que os municípios valorizem os prestadores locais. É uma forma de levar um serviço de qualidade para quem mais precisa”, completa a veterinária.
Com as contas equilibradas e a estrutura consolidada, o foco agora é outro: gestão de pessoas. “A prioridade nos próximos dois anos é consolidar a equipe. Hoje, há uma limitação técnica na formação dos profissionais. Então precisamos investir no time, treiná-los e garantir que os valores da empresa sejam mantidos.”
Para quem pensa em empreender fora dos grandes centros, o recado de Maíra é claro: “Arrisquem com responsabilidade e nunca abram mão da qualidade. Nos grandes centros, o mercado está saturado. Aqui, conseguimos nos destacar por competência, e não apenas por preço. E isso faz toda a diferença”, finaliza a empresária.
Esta história é uma parceria com o Fundo de Impacto Estímulo. Olhando para toda a história do Estímulo, o fundo já passa de R$360 milhões em apoio financeiro para mais de 5,5 mil pequenos negócios de todo país, sendo 91% deles em regiões de baixa renda e 54% com mulheres em seu quadro societário. Destes, 36% tiveram acesso a crédito pela primeira vez. Ao todo, são 55 mil empregos impactados, gerando renda e prosperidade para os colaboradores, suas famílias e a comunidade em geral. O Estímulo registra ainda outros 194 mil empreendedores cadastrados com acesso à toda capacitação, seja em cursos, mentorias ou consultorias.
Parceria Rede Mulher Empreendedora e Estímulo
Olhando para toda a história do Estímulo, o fundo já passa de R$342 milhões em apoio financeiro para mais de 5,5 mil pequenos negócios de todo país, sendo 91% deles em regiões de baixa renda e 54% com mulheres em seu quadro societário. Destes, 36% tiveram acesso a crédito pela primeira vez. Ao todo, são 55 mil empregos impactados, gerando renda e prosperidade para os colaboradores, suas famílias e a comunidade em geral. O Estímulo registra ainda outros 194 mil empreendedores cadastrados com acesso à toda capacitação, seja em cursos, mentorias ou consultorias.
A Rede Mulher Empreendedora é parceira de crédito e capacitação do fundo de impacto Estímulo, desde a sua fundação em 2020. Caso tenha interesse em pedir apoio financeiro para seu negócio, visite o site estimulo2020.org, confira as condições e receba o depósito em até 5 dias direto na sua conta PJ (sujeito à análise de crédito).